TODAS ESSAS HISTÓRIAS SÃO REAIS

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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

"Eu já te amo"

>>Eu o encontrei no chat e já me disse assim: sou dotado e ativasso e estou afim de meter, não sou e nem curto afeminados. E eu no meu desapego, no meu ceticismo, no meu cansaso todo que adquiri ao longo daquelas horas usando aquele chat, entendi tal informação como apenas mais uma, e lhe disse um ok rápido e simples seguido do meu número de celular.
Então qdo ele me ligou já tarde eu já estava dormindo porque nem mesmo esperava um chamado seu. Disse para vim pq estava apenas lendo e não dormindo como indicava minha voz rouca. Aí ele chegou, todo macho, meio com trapézios armados, sob uma camiseta regata preta de homem comum. Vi que seu jeans era bom e o tênis tinha uma velhice adequada. Então quando eu o vi realmente belo, quando eu realmente o olhei bem de frente, o vi raro e caí no nervosismo me precocupando com as lacunas no diálogo lacônico que se dá nesses tipos de encontro e, como sempre, pus-me a falar apressadamente, tentando falar as coisas mais interessantes possíveis ou o que eu consegueria resgatar da minha memória, ali já pertubada demais. Falei dos seus olhos e da sua aparência moura e então em Granada, minha viagem mais recente. Falei da infuência moura no sul da espanha, do calor da região e da minha fragilidade diante de temperaturas extremas. Usei essa expressão mesmo “fragilidade diante de temperaturas extremas” e coloquei uma carga de masculinidade maior na hora de falar para provar que homens machos também podem usar expressões mais elaboradas. Finalmente fomos para o quarto e disse-lhe para ficar à vontadee. Ele logo tirou toda a roupa e quando elogiei o seu corpo ele ajeitou as bordas das cuecas para contraír ainda mais os músculos e me disse como quem tentava me dizer que não ligava muito praquilo: que nada brother!

Aí deitei ao seu lado e continuei a falar de mim, mas imediatamente me dei conta que a tática estava errada e comecei a lhe perguntar coisas simples, não muito pessoais para não parecer um interrogatório gratuíto. Peguntei o que ele fazia. Mas aquele tipo, com aquele corte de cabelo, com aquela leveza não me parecia muito ter experiência em administrar a empresa da família. Então, percebi q ele não tinha se desmontado ainda e que a mentira ainda estava presente. Aí cansei um pouco e tentei apressar as coisas. Peguei no seu pau e o chupei sem vontade alguma. Era um belo pau. Grande. Mas a falta de vontade era na verdade provocada pela minha total submissão, pela minha insegurança e complexos físicos. Era quase uma agressão aquele homem todo tá ali sentindo tesão em mim. O que me levava a crer que a mentira iria até o fim, e como não gosto de mentiras tratei de acabar com ela o mais rápido possível. Aí ele gozou e eu ri e ele riu por eu tá rindo dele. Aí virei pro lado e ficamos falando sobre o que aparecia na tv, numa aparente preguiça pós gozo. Nisso ele repousou a mão sobre a minha perna delicadamente e foi nesse instante, nesse pequeno detalhe, q a mentira pareceu se diluir. E então ele foi embora.

Nos dia seguinte me ligou logo cedo. Falamos horas sobre nós no msn, falamos coisa mais íntimas e reveladoras, mostramos novas fotos, trocamos orktuts e finalmente marcamos de nos ver novamente. No domingo eu o fotografava, pegava minha câmera como quem tocava nele o mais delicado possível. Arrumei-lhe os pêlos íntimos qdo fiz um enquadramento e tive uma sensação de brincar com a coisa mais rara do mundo e então lhe dei um beijo.

No terceiro dia seu jeans bom foi substituído por uma calça saruel e o tênis bom por uma papete ruim. Rapidamente tive a impressão de ser outro. Fomos ao cinema, fomos ao teatro, passamos noites inteiras falando de tudo que queremos da vida e procurando feito adolescentes o maior número de cumplicidades possíveis. E na segunda semana, ele finalmente se revelou e disse que me amava. Ele olhava tanto nos meus olhos e insistia em repetir "eu já te amo" que era como estivesse me avisando de sua própria facilidade em me amar ou me acusando de algo que eu lhe escondia. Eu queria ter tido coragem de lhe dizer que não é isso o que me convence. Na verdade, é visívil e não fácil o que me convence. Mas não tive, e lhe respondia afirmativamente, me conhecendo bem, pois sabia que mais cedo ou mais tarde inevitavelmente eu o amaria.

Então ele sumiu. Se despediu com um sms, apareceu no msn me chamando pelo primeiro nome. Saiu com um até mais e então caí em prantos. Mas, não um pranto de quem leva um pé na bunda. Um pranto de quem sabe que está condenado às fórmulas novas dos encontros. E que essa necessidade de apressar as coisas faz parte de uma falsa esperança que parece que se veio com a internet e instalou em todos nossos âmagos: a falsa esperança de que o amor na verdade é uma invensão de cada um, e não um sentimento natural que nasce, cresce e cresce e só pode ser sentido na real. O amor é tão inteligente...e lhe disse isso tudo por e-mail já que não atendia mais minhas ligações. Ficamos numa troca de insultos estúpida e sem frutos. Ele se pôs a me agredir, de me chamar de possessivo e inseguro. E que o homem que ele buscava não poderia ter essas características “assim de cara”. Que ele, me amava sim, só que agora (dois dias depois) de um “jeito diferente”.

5 comentários:

Dimitri Trimegisto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thiago Lasco disse...

esse impasse, essa dúvida sobre se o amor existe ou é inventado, e o que é amor, é uma pergunta para a qual você, eu e todo mundo (com uma certa sensibilidade) busca uma resposta todo dia.

quem encontrar primeiro, posta no blog. ou esconde só pra si, com medo de que a própria felicidade seja ameaçada pela cobiça alheia.

Unknown disse...

Ha um ano me separei, depois de 23 anos de casado, na tentativa de buscar minha felicidade ao lado de outro macho. Acabei procurando na internet a possibilidade de encontrar a pessoa certa. Nada! Só frustrações. Lendo teu blog me deparei comigo mesmo. Quantos Paulos existem por ai? Não sei. Mas ainda quero acreditar que é possível. Parabéns cara!

Anônimo disse...

Que coisa estranha vc cara!Comecei lendo o seu ultimo texto, achei que vc fosse um macho, desencanado, a fim de outro igual,fui descendo e quando leio o ultimo vejo uma bichinha fragil, cheia de chiliques, de nao =me toks.Ja percebeu que tudo pra vc é grife, se o carro do cara é flex se é popular...
Nem mem responda.Ja sei a resposta.
vc vai dizer q teve boa educação, grandes referencias, q é filho de nem sei quem ou que é rico.
Na verdade, só mais um...

RECIEN LLEGADA disse...

Pablito sigue con tus historias,las echo de menos¡